sexta-feira, 11 de setembro de 2015

4° Dia - Rodeio a Doutor Pedrinho‏



Aqui se inicia a subida para a parte alta do Circuito, destinada a quem tem mais preparo físico e espírito aventureiro. Este é o trecho com a mais longa subida de todo o Circuito, são 8 Km logo no início do dia. Boa parte dessa subida é sombreada pela mata. Alguns quilômetros mais adiante está a entrada para a famosa Cachoeira do Zinco. É altamente recomendável este desvio, pois além da vista para a cachoeira, de mais de 70 m, tem-se a vista para o vale, que é fantástica. Mas é necessário fazer um planejamento, uma vez que são 8 Km de ida , dos quais 2 de subida (200 m de desnível). Continuando, a estrada segue em boa parte plana, acompanhando um rio, mas ainda há algumas subidas bastante íngremes a serem vencidas. Bem próximo à estrada há uma igreja construída no estilo Enxaimel, a única do Brasil, não deixe de passar por lá.

Fonte: Gia do circuito Vale Europeu.

Distância total: 41,1 Km
Ascensão total: 1.200 m
Dificuldade física: 5-5
Dificuldade técnica 2-5

Marcos:
  1. Rodeio;
  2. Ipiranga;
  3. Igreja Enxaimel;
  4. Doutor Pedrinho.

O efeito de uma viagem em nós, é algo muito marcante. Na viagem, em vários momentos, você se pega sem palavras pela intensidade dos sentimentos e emoções que os lugares, as experiências e as pessoas lhe proporcionam. Mas depois, é impressionante como a viagem nos transforma, tornando-nos contadores das mais incríveis histórias, pela propriedade e emoções que voltam a tona num turbilhão de recordações.

Já ouvi do grande cicloviajante Arthur Simões que há lugares em que passamos que definitivamente não gostamos e há lugares que nos sentimos em casa a ponto de adiar a partida.

Na postagem anterior do terceiro dia da nossa cicloviagem pelo Vale Europeu - SC, não consegui expressar tudo que eu queria. Assim que chegamos na pousada da dona Irene - Cama, Café e Stolf - foi como chegar da rua depois de uma travessura de criança, não só pela euforia, animação e estado de êxtase que toda criança e evidentemente adultos ficam quando experimentam doses altas de adrenalina e endorfina, mas por ter uma recepção tão protetora, como de uma mãe. Aliás, perguntas e ordens de mães genuínas são bem parecidas. "Oi crianças! Como foi a viagem, tudo bem? Tem roupas molhadas? Me dê para secar. Me dê também as roupas pra lavar, pra eu por na máquina. Olha, tem toalha sequinha no quarto. Quando quiserem, tem um cafezinho com broa pra lanchar na cozinha", discorreu dona Irene no meio de nós. Assim foi a recepção da dona Irene à nós no fim do terceiro dia.

No quarto dia, acordamos com um maravilhoso café da manhã da dona Irene, preparado com muito carinho à todos os seus hospedes, na mesa de sua própria casa, onde ela escolheu para compartilhar o seu melhor e o melhor de sua cozinha conosco. O pouco tempo que ficamos aos seus cuidados, inevitavelmente nos sentimos parte da família. Broa de milho, frutas fresquinhas, pão fresquinho, suco de frutas, mel, queijo, café quentinho de coador, passado na hora. "Vocês querem ovo mexido?", pegunta ela. "Simmm!", respondemos. Cinco minutinhos depois, uma porção deliciosamente enfumaçando está magicamente diante de nós sobre a mesa. Papo gostoso, histórias de família, causos de aventuras, risos e muita alegria. Assim iniciamos nosso dia.



Passar do terceiro dia para o quarto é o mesmo que passar de fase no vídeo game, pois saímos da parte baixa para a parte alta do circuito de cicloturismo do Vale Europeu. A expectativa era de enfrentar a mais longa subida de todos os dias do circuito VE. A subida foi logo no início do dia. Realmente longa, mas a inclinação não foi tão dura quanto esperávamos. Quando nos demos por conta já estávamos no topo comemorando a conquista.



A parte alta do circuito VE não tem recursos de suprimento, portanto, a dica é levar o lanche e parar programadamente para se alimentar. Evite beber água de nascentes, mesmo que seja indicado por um nativo, pois a parte alta tem muitas propriedades rurais com criações de animais. Nem todas as nascentes são confiáveis. Fica a dica.

Outra dica é com relação a roupa. Há um tobogã de temperaturas nesse circuito. Estamos indo pro topo de uma montanha no Sul do Brasil, portanto, é frio à vera. Torsa para não fazer esse trecho com chuva, pois com certeza não será gostoso. Quando subimos a montanha, a temperatura do corpo aumenta, mas quando começamos a descer, o vento frio é cortante. Então, use uma roupa que dê pra abrir o zíper na frente, regulando a abertura no decorrer do dia.


  
  






















No meio do dia pegamos uma garoa bem fraquinha, mas nada demais. Cobrimos os alforges e seguimos até chegar em Doutor Pedrinho na pousada da dona Hilda e seus filhos. Mais uma agradabilíssima recepção e um jantar maravilhoso. Italianos e seus descendentes. Ô povo bom e prendado na culinária, gente! É disso que cicloturista precisa!



Informações do Strava:

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