quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Pouso Alto a Passa Quatro

Décimo dia de viagem.

A Estrada Real (ER), apresentada nos guias e planilhas de navegação, não são tão reais assim. No geral, a ER é a mais plana e curta possível de um ponto ao outro. Os Bandeirantes/ exploradores não iriam ficar dando voltas desnecessárias com ouro ou diamante por uma terra agressiva como esta. No entanto, os municípios e cidades ao desenvolverem o projeto da ER, trassaram um circuito que vai ligando os lugarejos fazendo as chamadas "barrigas" no verdadeiro trajeto da ER, para fomentar o turismo, o consumo e a economia desses lugares. Mas o projeto em si não conseguiu trazer o esperado desenvolvimento para esses lugares, pois só proporcionou a passagem rápida de turistas. Como não há atrativos maiores nesses lugares alem da tradicional igreja antiga, que na maioria das vezes é quase igual a todas as outras dos outros lugarejos e, na realidade, não fazer parte da verdadeira ER, esses lugares acabam adulterando o objetivo principal do viajante, que é conhecer a verdadeira ER.

Se essas "barrigas" não fossem tão fora de rota e agressivas, tudo bem, mas não é isso que acontece na maioria das vezes. Os desvios chegam a uma diferença, à mais, de 15 Km e uma soma de elevação de 450 m. Pra quem está explorando a ER a pé ou de bike, isso é muita coisa à troco de algo que não é, repito, a verdadeira ER.

Esses desvios começam a incomodar no momento em que você começa a se colocar no contexto histórico e a se imaginar carregando cargas valiosíssimas, em situações precárias e em um clima super agressivo. "Não é possível que eles iriam dar essa volta aqui. Eu não daria", você pensa.

Mas se seu objetivo não é simplesmente conhecer a ER, mas cada lugarejo nas proximidades dela, é super válido. Só adianto uma coisa, prepara as canelas (risos).

Mas como saber se um lugarejo faz parte ou não da ER e se vale a pena conhecê-lo, mesmo ele não fazendo parte?

Bom. Nós utilizamos os seguintes critérios: 
  1. Análise do mapa - Sempre que no mapa, o traçado fazia uma "barriga" e a altimetria dava um pico ao visitar um lugarejo e depois voltava, partíamos para o segundo critério;
  2. Informações de nativos - Procurávamos nos lugares onde ficávamos hospedados, pessoas de meia idade, que na maioria das vezes nos fornecem valiosíssimas informações históricas e relatos sobre a verdadeira ER e fazíamos as perguntas de ouro: "Esse lugarejo faz parte da verdadeira ER?", "O que tem de bacana nesse lugar?";
  3. Segurança em navegar sem a referencia da planilha do Instituto Estrada Real (IER) - Apesar de, as vezes, nos pregar essas peças, as planilhas de navegação do IER são muito precisas, nos informando direção e quilometragem, facilitando nossa vida e nos tranquilizando quanto a direção correta. Você deve fazer a ER com essas duas referências: Planilha de navegação do IER e informações de nativos. Mas caso você não queira visitar um lugarejo que não faça parte da verdadeira ER, você vai ter  que se basear somente em informações de nativos pelo caminho, até reencontrar um totem da ER novamente, após ter cortado caminho da "barriga".
O trajeto de hoje foi assim. Passaríamos por sete marcos da ER, mas um desses marcos não fazia parte da verdadeira ER. Então cortamos essa "barriga" e economizamos 17 Km e uma soma de elevação de mais ou menos 450 m.

Então o dia ficou assim.

47,6 Km
30,6 Km

Marcos:
  1. Pouso Alto;
  2. São Sebastião do Rio Verde;
  3. Capivari;
  4. Itamonte;
  5. Itanhandú;
  6. Pé do Morro;
  7. Passa Quatro.

















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